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Delegado Rafael Gomes e outros presos na operação 'Transformers' são condenados a mais de 200 anos de prisão

Delegado Rafael Gomes Arquivo Pessoal O delegado da Polícia Civil Rafael Gomes e outros presos na operação 'Transformers' foram condenados a mais de 200 anos...

Delegado Rafael Gomes e outros presos na operação 'Transformers' são condenados a mais de 200 anos de prisão
Delegado Rafael Gomes e outros presos na operação 'Transformers' são condenados a mais de 200 anos de prisão (Foto: Reprodução)

Delegado Rafael Gomes Arquivo Pessoal O delegado da Polícia Civil Rafael Gomes e outros presos na operação 'Transformers' foram condenados a mais de 200 anos de prisão por corrupção passiva, tráfico de drogas e organização criminosa. O grupo movimentou cerca de R$ 1 bilhão em Juiz de Fora entre 2018 e 2022. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Zona da Mata no WhatsApp O chefe do grupo criminoso foi preso em julho deste ano. Os outros réus, incluindo o delegado, investigadores da PC e advogados, respondiam em liberdade. Em abril deste ano, seis pessoas foram condenadas por integrarem o núcleo de liderança da quadrilha. Juntas, as penas chegam a mais de 270 anos de reclusão. Em 2024, foram assinadas outras duas sentenças, nas quais mais de 10 pessoas foram condenadas por envolvimento com a organização criminosa. Como funcionava o esquema? Segundo a denúncia, o grupo atuou entre 2018 e 2022 e era dividido em quatro núcleos: corrupção policial e jurídico, logística, operacional e liderança financeira. O núcleo, formado por cerca de 30 membros, envolvia policiais da Delegacia Antidrogas, advogados e um traficante, apontado como líder da organização. logística, que envolveu o fornecimento de veículos para o transporte e pagamentos de cargas de drogas; setor financeiro, que cuidou da parte gerencial da atividade econômica, notadamente do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro; setor de corrupção, responsável por proteção dos negócios ilícitos com informações privilegiadas de atividades policiais e demais condutas para evitar a responsabilização de integrantes da organização; núcleo de liderança, que coordena e controla as atividades. Conforme a sentença a qual o g1 teve acesso, o traficante ofereceu R$ 30 mil de entrada e R$ 15 mil mensais aos delegado Rafael Gomes e os investigadores da Polícia Civil para garantir que os agentes não investigassem ou interferissem nas atividades da organização criminosa. Após a apreensão de 17 barras de cocaína, os policiais negociaram com líder a substituição das drogas por 19 barras de crack e uma de cocaína de menor qualidade, além de exigir R$ 500 mil em propina. A troca foi confirmada por laudos periciais e imagens. Em outro episódio, o delegado Rafael Gomes teria solicitado propina para não indiciar um membro da organização, enquanto um dos policiais civis recebeu R$ 12 mil diretamente do traficante para se omitir diante de uma situação ilícita. Condenações Confira abaixo as penas, assinadas pelo juiz Daniel Réche da Motta, da 1ª Vara Criminal de Juiz de Fora, a maioria em regime fechado, impostas aos réus. Rafael Gomes de Oliveira (delegado): Crimes: Organização criminosa, corrupção passiva (por três vezes), tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 50 anos, 6 meses e 8 dias de reclusão; 2.712 dias-multa. Investigador 1: Crimes: Organização criminosa, corrupção passiva (por duas vezes), tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 37 anos, 7 meses e 3 dias-multa Investigador 2: Crimes: Organização criminosa, corrupção passiva, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 13 anos, 1 mês e 3 dias; 328 dias-multa. Advogado 1: Crimes: Organização criminosa, corrupção ativa (por duas vezes), tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 29 anos, 9 meses e 22 dias; 977 dias-multa. Advogado 2: Crimes: Organização criminosa, corrupção ativa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 12 anos, 3 meses e 22 dias; 275 dias-multa. Traficante: Crimes: Corrupção ativa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 21 anos e 8 meses de reclusão; 534 dias-multa. Policial civil 1: Crimes: Tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 16 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão; 1.125 dias-multa. Policial civil 2: Crimes: Tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 16 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão; 1.125 dias-multa. Policial civil 3: Crimes: Tráfico de drogas e associação para o tráfico. Pena: 16 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão; 1.125 dias-multa Policial civil 4 (regime semi-aberto): Crime: Corrupção passiva. Pena: 4 anos e 6 meses de reclusão; 98 dias-multa. Um dos advogados do delegado, Luiz Eduardo Lima, informou que em "razão da discordância com a sentença exarada, a defesa irá interpor os recursos cabíveis a fim de reformar a decisão". Relembre a operação Operação 'Transformers' foi realizada em Juiz de Fora e região, foto de arquivo MPMG/Divulgação A Operação "Transformers", realizada pelo Ministério Público, por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em outubro de 2022, teve 29 pessoas presas – incluindo o delegado Rafael Gomes e seis investigadores da Polícia Civil. Em Juiz de Fora, houve mandados nos bairros Ipiranga, Náutico, Previdenciários, Santa Efigênia, Costa Carvalho, Jóquei Clube, Democrata, Bairu, Progresso, Vale Verde, Fontesville, Parque das Águas, Jardim Gaúcho, Centenário, Bairro de Lourdes, Bairro Industrial, Bandeirantes, Linhares, Santos Dumont, São Mateus, Alphaville, Marilândia, Cascatinha, Recanto dos Lagos, Bom Pastor, Benfica e Furtado de Menezes. RELEMBRE: Servidores presos na operação 'Transformers' em Juiz de Fora passam por audiências Servidores presos na Operação Transformers em Juiz de Fora passam por audiências 📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram, X e Facebook VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes